quarta-feira, 20 de julho de 2011

A POBREZA E A MISÉRIA ‘TRANSFERIDA’ HEREDITARIAMENTE, POR POLÍTICOS E ONGS

A POBREZA E A MISÉRIA ‘TRANSFERIDA’ HEREDITARIAMENTE, POR POLÍTICOS E ONGS.
AUTOR: MAURO JUSTA
Fortaleza, 09 de abril de 2011.


Assistindo a esse vídeo, começo a viajar em várias indagações que me vem à mente, entre as quais poderia citar: será que nossos políticos (desde o vereador, prefeitos, deputados e senadores), que são os responsáveis diretos, pois foram eleitos como representantes do povo, já assistiram esse vídeo ou pelo menos um parecido?Onde realmente são empregados os diversos investimentos voltados para a Educação, Saúde e Habitação em nosso país?
Como em pleno Século XXI, ainda assistimos estáticos a cenas tão deprimentes e simplesmente aceitamos por que não é com ninguém de nossas famílias?A degradação da espécie humana tornou-se comum aos olhos do próprio homem?Até quando o Homem continuará destruindo a si mesmo e ao planeta?Será que alcançamos o ápice da evolução e agora resolvemos regredir, não para a origem da espécie, mas sim para o fim da espécie?
Realmente é difícil de responder a essas perguntas, principalmente quando sabemos que os responsáveis por tais situações, também somos nós, que, diretamente ou indiretamente deixamos de levar a sério os processos políticos que podem modificar esse quadro, ou seja, durante as eleições, votamos por votar ou pra quem oferece a melhor oferta individualmente pelo nosso voto, sem se preocupar como será o comportamento daquele político nos próximos quatro anos, quando estiver investido em seu cargo público. Com certeza não se preocupará em honrar promessas e compromissos de campanha com aqueles que o ajudaram a se eleger, afinal de contas, ele cuidará para resgatar o seu investimento financeiro, o que foi gasto na campanha, na compra de votos, ele irá procurar defender seus interesses particulares, deixando em segundo plano e ocasionalmente algo de interesse público.
Existem vários municípios cearenses, que se quer tem um lugar apropriado para seus lixões, em sua maioria estão localizados ou na entrada ou saída da sede do município, em distâncias que variam de 5 a 10 km, geralmente entre depressões (serrotes) ou pequenas planícies naturais, sem a preocupação de se sua localização poderá poluir o lençol freático da região ou contribuir para a degradação do ambiente. “Alguns municípios não possuem a coleta de lixo organizada, ficando grande parte da sede do município e seus distritos sem a devida coleta, cabendo a população” dar um jeitinho “para se livrar do seu próprio lixo, geralmente jogando em terrenos baldios próximos as suas casas ou em meio a áreas ainda não habitadas, onde conseguem “esconder” o lixo no meio do mato.
O vídeo nos mostra um problema comum nas médias e grandes cidades, onde apesar de existirem locais apropriados para os lixões, não existem políticas públicas voltada para assistir a essa camada da população que retira dali sua sobrevivência. Hoje todos nós sabemos da gravidade social que essas pessoas representam, pois são pessoas excluídas socialmente, que não conseguem mudar o seu próprio quadro social, onde pode ser visto três gerações de uma mesma família (avó, mãe e neta) tirando do mesmo local sua sobrevivência, sem ter sofrido nenhum avanço social que pudesse ser considerado como melhoria de vida, provando assim a total inexistência da ação do gestor público naquele setor da sociedade, ou seja, quem era pobre e miserável, transferiu hereditariamente essa pobreza e miséria para seus descendentes, o que é um verdadeiro absurdo, se levarmos em consideração “os milhões” que são repassados aos Estados e municípios para combater a fome e a pobreza em nosso país.
Diante desse quadro, como iremos saber de programas municipais que objetivam o aproveitamento da mão-de-obra de quem nasceu e vivem dentro dos lixões? Da instalação de usinas de reciclagem? Da formação de cooperativas de trabalhadores, de escolas voltadas para as crianças e creches?Em alguns municípios devem existir esses programas funcionando, em minoria é claro, no entanto, esse funcionamento não é subsidiado pelos governantes municipais, mas sim por ONGs que exercem atividades que deveriam ser cumpridas por gestores públicos e o resultado dessa aceitação da ingerência social das ONGs é que os coitadinhos continuarão sempre sendo coitadinhos, agora de forma mais organizada, sem trazer tanta vergonha para seus governantes municipais, que com uma simples e pequena doação para o trabalho de cidadãos voluntários, conseguem se livrar de cumprir o que é um dever de suas administrações.
As mais diversas soluções são conhecidas de todos, inclusive dos nossos governantes, no entanto, é preciso que haja uma mobilização da sociedade como um todo para cobrar, através de fiscalização, em um verdadeiro exercício de cidadania, que os nossos políticos realmente representem verdadeiramente o seu papel como legitimo representante do povo, deixando de lado ideologias partidárias e lutando pelo bem estar social de todos da população.





BIBLIOGRAFIA:

SANTOS, Maria Paula Gomes dos. O Estado e os Problemas Contemporâneos. Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB. 2009, p.73 a 111.

http://www.youtube.com/watch?v=4IoAwVEDl40&feature=related

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